Estou lendo o livro Os Oitos Pilares da
Sabedoria Grega, de Stephen Bertman. O autor, um estudioso da
literatura grega e latina, em determinado trecho do livro faz uma citação sobre
a guerra de Tróia em que um guerreiro chamado Glauco se deteve no meio do campo
de batalha para explicar o que o motivara a lutar. Glauco declarou:
Hipóloco me gerou e dele afirmo ter nascido.
Me mandou a Tróia e me disse sem evasivas:
“Sempre te sobressaias e superes os demais,
E não envergonhes teus ancestrais.”
Nessa declaração de Glauco, você
percebe qual o espírito que movia os gregos antigos: a busca da excelência, o
desejo compulsivo de ser o melhor. Você há de convir comigo que não podemos ser
todos vencedores. Mas não é isso que a vida quer de nós. O que a vida quer de
nós é que possamos descobrir as coisas que somos capazes de fazer bem, com todo
o nosso empenho. Buscar a excelência é fazer bem o nosso trabalho – qualquer que
seja ele –, com honra, zelo, integridade e entusiasmo. E esse é o caminho que
tenho trilhado na condução da minha vida profissional e pessoal.
A busca da excelência, no
entanto, de forma inevitável nos coloca frente a frente com a frustação, que
para mim a exemplo dos gregos antigos é a punição mais cruel nessa caminhada.
Esse espírito de excelência sempre prevaleceu na minha vida, não por vaidade,
mas pelo sentimento de realização plena de que é possível sim sempre fazer melhor
do que aquilo que já fizemos.
A busca da excelência não nos leva
apenas à frustração, mas também a competitividade que muitas vezes tem caráter
autodestrutivo por causa do ciúme.
Para quem busca a excelência,
tem que saber que precisa fazer um inventário pessoal. Quais seus pontos
fortes? O que sabe fazer bem? Quem deseja alcançar a excelência deve se
concentrar nessas coisas para poder aperfeiçoá-las.
A busca da excelência significa
dar o melhor de nós em tudo que fizermos. Se não existe recompensa externa,
isso não quer dizer que não precisemos fazer bem o trabalho. No fim das contas,
a satisfação pessoal é muito mais importante do que obter a aprovação dos
outros.
Não se deve encarar a busca da
excelência como realização. “Busca” significa procura, tentativa. Quantas
pessoas verdadeiramente fazem isso? Muita gente faz apenas o suficiente para
seguir vivendo. Se tantos agem assim, nada mais natural do que concluirmos que
essa é a maneira como também devemos agir. Nesse caso, porém, estaremos nos subestimando,
seguindo o exemplo de pessoas que vão morrer sem descobrir quem são.
É preciso frisar que a
excelência deve ser conquistada no campo físico, intelectual e espiritual. Ser intelecto
e espiritualmente preguiçoso é tão fácil quanto ser fisicamente preguiçoso:
assim como nossos músculos se atrofiam quando não os usamos, nossa mente e
espírito se enfraquecem se deixarmos.
Para ser excelente em alguma
coisa, lembre-se de não ser orgulhoso demais. O que fizemos estará sempre
abaixo daquilo que poderíamos ter feito.
Pense Nisso!
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