Ontem conversei bastante tempo com
um policial militar que trabalha comigo. Policial disciplinado, educado,
responsável, zeloso e dinâmico em suas atribuições. Mas ontem, ele estava muito
abatido, desnorteado, cambaleando emocionalmente, cabisbaixo, por causa do peso
das responsabilidades que tem com a mãe e com o seu trabalho. Sua mãe é deficiente
mental e mora com ele. Ele e sua esposa são as únicas pessoas que sua mãe tem,
porque segundo ele seus outros dois irmãos que moram fora do estado não querem
saber da mãe. Tanto ele quanto a esposa trabalham todos os dias úteis e então
ele tem que pagar alguém para ficar cuidando de sua mãe. O casamento estava sofrendo
fissuras e sendo abalado por causa disso. Por outro lado recebe as cobranças
profissionais, já que suas atribuições são de fundamental importância para a
rotina administrativa do nosso quartel. Diante da situação de quase desespero
por não mais saber o que fazer, busquei tranquilizar o policial procurando
restaurar com mansidão a sua auto-estima e fortalecer sua fé em Jesus para não
desanimar e nem abandonar sua mãe.
Entendo que a verdadeira prática
da vida cristã se manifesta na dócil disposição de restaurar o irmão que caiu
ou que está na iminência de cair seja pela tentação seja pelo excesso de
cargas. Na carta que escreveu aos Gálatas, o apóstolo Paulo disse “Levem as cargas uns dos outros e, assim,
cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6:2). Paulo ensina que as pessoas
devem levar as cargas umas das outras. Carga dá ideia de um peso excessivo,
difícil de carregar e capaz de prostrar quem está sob ele.
Demonstramos que temos essa
disposição quando oferecemos ajuda a um colega de trabalho. É claro que não
furtaremos suas responsabilidades e nem permitiremos que deixem de cumpri-las
por preguiça, mas é muito bom compartilhar a carga e carregar os fardos uns dos
outros, principalmente se isto trouxer benefícios e avanços para o seu local de
trabalho. Quem tem verdadeiro espírito de equipe jamais diz: “Isto não é problema meu”.
Jesus se dispôs a sujar as mãos
para nos dar exemplo, humilhando-se para fazer uma tarefa que cabia aos servos:
lavar os pés dos discípulos. Quando nos dispomos a ajudar os colegas de trabalho,
temos que ser humilde e fazer o que for necessário, mesmo que ocupe uma posição
hierárquica superior.
Depois de uma longa conversa o
policial foi pra casa. Hoje ele chegou para trabalhar com outro aspecto:
renovado, mais leve e sorridente. Agradeceu-me pelo apoio, pela paciência, por
ter lhe ouvido e foi cuidar de suas tarefas funcionais.
Não podemos deixar de fazer o
bem a quem quer que seja, se o poder de fazê-lo estiver em nossas mãos.
Pense Nisso!
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