Se formos a um banco e retirarmos um empréstimo, somos legalmente responsáveis pelo pagamento dele. Isso é responsabilidade financeira. Quando arranjamos um emprego, concordamos em trabalhar de acordo com certos termos e regulamentos. Isso é responsabilidade trabalhista. Quando nos matriculamos numa universidade e decidimos fazer um curso que exige que estejamos presente ás aulas, estudando sob a orientação de diversos professores, temos que nos submeter aos regulamentos do curso, o que inclui também efetuar trabalhos e fazer exames, para recebermos o diploma. Isso é responsabilidade acadêmica.
Normalmente não temos o menor problema com esses tipos de responsabilidade; encaramos tudo como condição para bons negócios ou para uma formação acadêmica adequada. Mas quando alguém sugere que temos que prestar contas de nossos atos uns aos outros, em situações que não sejam essas, aí nos retraímos. Não gostamos da ideia de prestar contas. Ter responsabilidade perante um chefe não somente deve ser compreensível, mas também é necessário. Aliás, quem resiste a isso e não trabalha segundo as determinações acaba por ser despedido ou encontra sérios obstáculos no crescimento profissional.
Quando falo em responsabilidade perante outros tenho em mente diversos aspectos desse termo. Ter responsabilidade perante outros significa:
- Estar disposto a dar explicação de seus atos;
- Ter uma atitude aberta, sem máscaras e não defensiva com relação às suas intenções;
- Ser responsável pelos próprios atos;
- Explicar a razão de tudo
Gostaria de salientar que, se retirarmos esses aspectos da responsabilidade pessoal, é possível que acabemos dizendo: “Isso não é da sua conta”. Então tenha cuidado para não fazer isso.
Quanto mais penso nessa questão de sermos responsáveis perante outros, mais entendo por que é uma coisa tão rara.
Responsabilidade exige da pessoa pelo menos quatro trações de caráter que normalmente não são encontrados naqueles que se acham satisfeito com uma vida medíocre. Têm muita gente assim! Os traços do caráter são os seguintes:
a) Vulnerabilidade – Significa a capacidade de se deixar agredir, de ser franco, sem máscaras. Uma atitude não defensiva.
b) Maleabilidade – Significa ter um desejo enorme de aprender. Ser humilde, disposto a ouvir, a modificar-se; disposto a receber conselhos.
c) Sinceridade – Significa ter compromisso com a verdade. Detestando tudo que é falso.
d) Disposição de se dar a outros – A capacidade de ser acessível, acolhedor. Não se importar de ser importunado. Estar disposto a reunir-se com outros regularmente.
Pense nisso!
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