Quando a aliança é quebrada!

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Ambição pode ser vista como uma coisa boa. Não se confunde com a inveja. A ambição desperta desejos, sonhos e nos faz perseverar. Torna-nos mais fortes e nos impulsiona em busca da superação. Pela ambição conquistamos mais posses e mais poder. Sentimo-nos mais ricos, mais bonitos e até mais livres. O que a estraga é a ganância.
Quando foge do equilíbrio, a ambição desmedida evolui para a ganância. Neste estágio, o desejo vira cupidez; os sonhos, obsessão; a perseverança, teimosia. As posses denotam opulência e, o poder, prepotência.
O problema está em saber a medida certa. Não sabemos ou não aceitamos a hora de parar.
Defendo a tese de que relacionamentos amorosos, por exemplo, têm prazo de validade. E me alinho aos votos sagrados de “até que a morte os separe” juramentados na celebração dos casamentos. A questão é: de qual morte estamos falando? As pessoas imaginam tratar-se da morte física. Prefiro interpretar como a morte do sentimento.
Todo início de relacionamento é mágico e misterioso. Esse é o momento da conquista e da sedução. Nossas ações são orquestradas e as palavras escolhidas meticulosamente com o fim de atingir a conquista.
Mostramos o que temos de melhor. Somos admiráveis pela gentileza. Vestimos as melhores roupas, calçamos os melhores sapatos, usamos os mais agradáveis perfumes. Procuramos sempre ambientes aconchegantes. A pele tem viço; o olho, brilho; o sorriso, autenticidade.
Tudo isso acontece porque estamos envoltos numa atmosfera de encantamento e sinergia, embevecidos pela eficiência do diálogo, que corre fácil porque a muito do que falar e momentos para se compartilhar. Queremos em poucas horas nos desnudar, não apenas das roupas, mas de nossa história pessoal, mostrando quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir com a amada, que à sua frente lhe sorri.
O processo é o mesmo para homens e mulheres. Diferem as estratégias, as táticas, mas não os propósitos.
Transcorrida esta etapa consuma-se a conquista. Bocas que se beijam, braços que se enlaçam, corpos que se aquecem. E então se vive o romance.
A estabilidade leva a relação a mares calmos e a ausência de ondas revela o que antes não se podia enxergar. Descobrimos – e revelamos – que virtudes carregam consigo defeitos, que amabilidade é temperada com eventual intolerância e que gentilezas são bonificadas com fleuma.
Este é o momento em que a união amadurece. É quando percebemos que o beijo ardente e o sexo prazeroso são imprescindíveis, mas não únicos. O diálogo ganha novos temas, mas não se perde. E notamos que amamos quem está conosco não por quem a pessoa é, mas por quem nos tornamos na presença dela.
Agora, é preciso manter a relação. De saber conquistar um pouco mais a cada dia. Ou tudo novamente.
Mas a natureza é dual. Dia e noite, quente e frio, sim e não. E, os relacionamentos não apenas se desgastam, mas se esgotam. Não há mais calor no beijo, os olhares se desviam, os diálogos são fúteis. Primeiro, a discórdia. Depois, o conflito. Por fim, o confronto.
Transformamos nossas cabeças num cemitério de lembranças e passamos a cultivar toda ordem de sentimentos negativos. Aí vêm as mágoas, ressentimentos, infidelidade, desamor e tristeza. Esperamos angustiados pela coragem de tomar a decisão da separação que poderia ter sido tomada quando ainda havia respeito e admiração mútuos.
Pense nisso!

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