Encontro com Deus

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Há três anos me mudei de Rio Branco para Plácido de Castro. Minha vinda para esse pedaço de torrão do Acre se deu por motivos profissionais. Tudo bem! Estou feliz com a família e com as amizades que construí aqui. Mas, não é sobre mim que vou falar e sim sobre dois acontecimentos que tem me causado profunda reflexão desde o momento em que decidi buscar um encontro com Deus. Vejamos:
1°) No nascer do mês de janeiro deste ano, Plácido de Castro, perdeu um de seus mais querido filho que eu conheci apenas pelo nome de Zé Vital. Não sei o seu nome completo. Mas, era assim que todos o chamavam. Conheci o Zé na convivência diária de uma típica cidade pequena do interior como é Plácido de Castro, onde praticamente todos se conhecem. O Zé era professor do Ensino Médio. Sorridente! Alegre! Comunicativo! O conheci muito pouco, mas o suficiente para vislumbrar sua maturidade social no trato com as pessoas. Esbanjava saúde e alegria! Pelo menos até o dia em que fora internado para ser submetido a uma cirurgia de apendicite. Era uma cirurgia simples! Mas, contraiu uma infecção que se agravou e o Zé não retornou mais para casa com vida para rever sua família. E você deve tá se perguntando e o que tem isso a ver com o encontro com Deus? Tudo...
Minha esposa conhece a viúva do Zé há muito tempo e, enquanto ele estava internado em Rio Branco por causa da cirurgia sua esposa costumava conversar com minha esposa para falar do estado do Zé e até mesmo como que para buscar uma palavra de conforto por está testemunhando um grande sofrimento de seu esposo. Numa dessas conversas com a minha esposa, a mulher do Zé falou para ela que ele chorava muito e dizia que sabia que ia morrer. Chegou até pedir que um pastor fosse até o hospital para que ele pedisse perdão a Deus e aceitasse Jesus Cristo. Zé foi atendido em seu pedido. Em pouco tempo compareceu lá um pastor. Pois bem. O que me deixou muito intrigado é por que o Zé não buscou o encontro com Deus antes de todo aquele sofrimento acontecer em sua vida? Por que ele só buscou a Deus no leito de morte? Ainda bem que ele teve tempo de pedi perdão pelos seus pecados e de aceitar Jesus Cristo como seu salvador.
2°) No dia 25 de janeiro deste ano (2011) um policial militar que trabalha sob o meu comando faltou ao serviço. Não é a primeira vez que ele faz isso. Inclusive já foi punido mais de uma vez por isso. E, eu sabia que a sua falta era porque tinha bebido demais e estava de ressaca. Eu o tinha visto bebendo no dia anterior. No dia seguinte não tomei nenhuma medida administrativa esperando ele me procurar, pois sou seu Comandante, para dá alguma justificativa de sua falta ao serviço. Esperei e nada dele vir! Esperei e nada dele vir! Então, uma semana depois expedi um Deveis Informar – documento usado no meio militar para a justificativa, por escrito, de uma transgressão administrativa – para o policial. Logo após receber o referido documento, o policial dirigiu-se até o meu gabinete e pediu licença para falar comigo. Indagado por mim a respeito da motivação de querer falar comigo, sua resposta foi curta e grossa: Tenente vim falar com o Senhor sobre o Deveis Informar que o senhor mandou pra mim! Em seguida ele continuou: O Senhor sabia que tô separado da mulher? Eu disse: Não! Embora tivesse ouvido falar pela boca dos outros policiais. E o policial faltoso emendou: Sabe o que é Tenente: a mulher foi embora, me deixou, levou as crianças, aí eu fui beber. O Senhor sabe como é que é né? Interrompi propositalmente sua fala e disse-lhe: Se você veio aqui para dizer que separou da sua mulher, foi para um bar beber e que por isso faltou o serviço, é melhor você dá meia-volta e ir embora e ponha tudo o que veio me dizer no seu Deveis Informar. Agora se veio até aqui para me ouvir fique a vontade. Daí, ele aceitou minha proposta e ficou por mais de uma hora me ouvindo.
O que esses dois casos têm de comum entre si? Esses relatos mostram que a maioria das pessoas só buscam ajuda e a Deus quando o sofrimento vem, como foi o caso do Zé. E o policial que só me procurou para justificar sua falta ao serviço quando se viu em perigo: perigo de ser punido administrativamente.
a) Por que o Zé não buscou o seu encontro com Deus enquanto tinha saúde e estava junto de sua família? Por quê? Por que Zé esperou o sofrimento tomar conta de sua vida para reconhecer e aceitar Jesus Cristo como único caminho para a salvação? Por quê?
b) De forma paradoxal eu diria: Por que o policial militar não procurou seu Comandante antes de faltar ao serviço para conversar sobre problemas conjugais pelos quais estava passando? Por quê? Por que só procurou o Comandante depois que sentiu o risco eminente de ser punido? Por quê?
A resposta é que na vida muitas pessoas só buscam e só se lembram de Deus na hora do aperreio, na hora do aperto, na hora do sufoco e na hora do sofrimento. Enquanto não passarem por isso, dificilmente lembrarão de Deus. E, no seio policial militar também é assim. Enquanto tem alguém passando a mão, enquanto o poder da mentira corromper, enquanto alguém faltar ao serviço e nada acontecer, enquanto puder enganar para esquivar-se do serviço, enquanto der para empurrar com a barriga, enquanto não houver risco de punição, e, principalmente enquanto os policiais não buscarem o encontro com Deus a maioria deles continuarão sofrendo e sendo os mesmos.
Nota: Esses exemplos são reais, mas foram citados apenas para ilustrar que só procuramos ajuda, principalmente a de Deus, na hora em que nos vemos em situação de risco e sofrimento. O sofrimento amadurece, aperfeiçoa torna o homem humilde para a vida e diante de Deus.

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