Além do crime e da pena!

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As histórias de crime tem uma estrutura triangular. Elas se desenrolam no campo de tensão entre autor, vítima e investigador.
Uma característica fundamental dos criminosos que ninguém pode negar, nem mesmo ele, é que ele quer permanecer incógnito. Quando o nome dele não é investigado, ele tem boa chance de escapar ileso.
Na maioria das histórias de crime da Bíblia, os criminosos não apenas são apanhados como também são chamados pelo seu nome. Os assassinos, traidores, estupradores, ladrões e fraudadores se chamam Caim, Jacó, Labão, Siquém, Simeão, Levi, Moisés, Abimeleque, Acã, Davi, Amnom, Acabe e Jezabel, Geazi e Hamã. Suas ações são descritas como delitos pessoais na Bíblia.
As histórias de crime da Bíblia não conta apenas o tipo de crime que as pessoas cometeram, mas também a motivação. Sinto aversão e desprezo por alguns dos criminosos da Bíblia; já com outros pareço me identificar. Davi e Jacó são exemplos de pessoas que cometeram crimes mais por falha humana do que por maldade pessoal.
Do mesmo modo como a Bíblia chama os autores dos crimes pelos nomes, na maioria das vezes a Bíblia também honra as vítimas fazendo uma citação nominal. São pessoas cujos nomes permanecem na nossa lembrança porque ficaram marcadas por aquilo que elas sofreram. A Bíblia menciona como vítimas de crimes: Abel, Isaque e Esaú, Labão, Dina, José, Moisés, Jacó, Naamã, Nabal, Bate-Seba e Urias, Tamar, Nabote, Jeremias, Jesus e Paulo. É importante observar que Jacó, Moisés e Labão estão entre as vítimas e autores em momentos diferentes.
Nos crimes da Bíblia, os investigadores são pessoas carismáticas e com habilidades especiais: os profetas Natã, Elias e Eliseu, o sábio Daniel, o fiel Josué e a corajosa rainha Ester. No entanto o investigador mais importante da Bíblia é o próprio Deus. A maioria dos casos é resolvido por Ele ou com ajuda dEle. Ainda que um crime fique impune, o culpado não consegue se esconder do Seu olhar.
Deus não pode se omitir porque além de ser o Senhor da história mundial, ele também é o Senhor da história criminal humana. Deus não é indiferente para com o mundo e com tudo que nele vive, por isso, não pode permanecer impassível quando as pessoas se agridem mutuamente.
Veja o que aconteceu com Jesus. Ele foi enviado por Deus com toda a autoridade para representá-lo nesse mundo. Só que ele se tornou vítima de perseguição e violência; mais do que isso, ele se tornou suspeito de ser um criminoso contra aquele que o enviou. No final, quando ele morreu como um criminoso na cruz, Deus impôs sua participação mais uma vez nesse caso. Deus teve que provar a inocência de seu “cliente” que no caso foi Jesus, embora tenha sido provado que ele violou as leis judaicas. Só que com a ressureição, Deus reabilitou o condenado perante os olhos do mundo. O suposto criminoso ressurge como verdadeiro mensageiro de Deus demonstrando solidariedade com as demais vítimas de crimes e violência.
Com sua morte na cruz, Jesus autenticou a mensagem de perdão de Deus a todos nós. Essas histórias de crime da Bíblia nos leva a acreditar que os criminosos também podem ser perdoados. Isso não anula a pena para seus crimes, mas abre possibilidade para um recomeço, além do crime e da pena.
Pense Nisso!

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