Tomando Decisões

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Tomar decisões não é fácil. Muitas pessoas sentem o sabor amargo do arrependimento por um dia terem decidido erradamente. O preço que se paga por uma decisão errada que não deveria ter sido tomada é, na maioria das vezes, alto demais para que as pessoas se possam de dar ao luxo de estar sempre decidindo errado, sem dispor de referenciais que as orientem quando decidir torna-se um dilema. O medo de decidir errado está sempre acompanhado das indesejáveis conseqüências de uma decisão equivocada e isso, leva muita gente a adiar constantemente algo que deveria fazer com certa urgência. Isso pode acarretar prejuízos, dissabores, perdas de oportunidades, demissões, separação matrimonial, e outras tantas dificuldades e decepções.
Geralmente quem vive na obrigatoriedade de tomar decisões melindrosas e difíceis, procura sempre por alguém para ouvir um conselho ou uma palavra de orientação. Quando não, joga a “peteca” pra cima na tentativa de tirar de si a responsabilidade da decisão em momentos cruciais. Acredito que poucas pessoas estão preparadas para decidir. Fatores como educação deficiente, bloqueios psicológicos, inexperiência funcional, decepções, medo de errar e outros tornam o momento da decisão uma verdadeira tortura psicológicas.
Não existe um modelo para quem necessita tomar decisões. Decidir é um ato totalmente abstrato, não pode ser padronizado por causa das diferentes realidades e circunstâncias que obrigam as pessoas a decidirem mesmo contra a sua vontade.
Às vezes o erro não está na decisão em si, mas no momento inadequado em que ela foi tomada. Nunca decida ao sabor das emoções, no auge da crise e no calor das discussões porque você está de cabeça quente e irritado pela situação adversa. Nesses casos, você está fragilizado para raciocinar e se precipita para se livrar das situações de ameaça á sua integridade psicológica. Se agir assim, você decidirá mais como uma autoproteção do que pela certeza de que sua decisão será acertada.
Talvez você me pergunte o seguinte: Como e quando decidir bem? Eu digo que: Primeiro, recomendo que decida quando você estiver psicologicamente em paz e tranqüilo e as condições forem favoráveis. Segundo, as decisões sábias e boas são aquelas que trarão benefícios a quem decide e às pessoas para as quais a decisão foi tomada, as que são justas e trazem felicidades para todos. Se houver dúvida de que a sua decisão causará mágoas, decepções, tristezas e arrependimento, ela não deve ser tomada naquele momento porque certamente irá causar reações indesejáveis.
Adote uma postura crítica e aprenda que o erro está condicionado à sua capacidade de raciocinar razão pela qual você é obrigado a escolher, preferir, selecionar e decidir. Por isso, os erros transformam-se em experiências e os acertos em créditos os quais servem para adquirir maturidade na vida.
Você vai ter que decidir sempre e a toda hora. Você é dono de si para tomar decisões, procure acertá-las na maioria das vezes.
E nunca esqueça que a melhor decisão que você tomar em sua vida é ser uma pessoa melhor. Melhor pai, melhor mãe, melhor cônjuge, melhor filho(a), melhor amigo(a), melhor funcionário(a) e melhor cidadão. Minhas experiências pessoais e profissionais me ensinaram e continuam me ensinando muito sobre isso.
E, para finalizar deixo aqui uma frase de Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês, pelo qual tenho profunda admiração.
“boas decisões são aquelas decisões para as quais boas razões podem ser dadas”.
Pense Nisso!
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Um Corpo Que Cai

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Entenda o caso: No jantar anual da Associação Brasileira de Ciência Criminal de 2010, seu Presidente, Fernando Harper, deixou a audiência de instrução e julgamento estupefato com as complicações de uma bizarra morte. Eis a história:
Em 20 de novembro de 2010, um médico legista examinou o corpo de Ronaldo Martins e concluiu que sua morte havia sido causada por um ferimento à bala na cabeça. A vítima tinha saltado do 20º andar de um edifício, tentando cometer suicídio. Enquantocaía, passando pelo 9º andar, foi atingido por um projétil de arma de fogo que saiu pela janela, matando-o instantaneamente. Ocorre, entretanto, que ele, quando havia aberto a janela para se lançar, não tinha percebido uma rede colocada na  altura do 8º andar para proteger alguns lavadores de fachada. Justamente por causa dela, Ronaldo não conseguiria completar seu suicídio.
Normalmente, uma pessoa que decide cometer suicídio deve ser considerada suicida, ainda que o meio de provocação da morte não seja exatamente aquele que ela imaginou.
O fato de Ronaldo ter sido atingido por um tiro onze andares abaixo provavelmente nãoteria mudado a causa de sua morte, de suicídio para homicídio. Mas a circunstânciade que sua tentativa de suicídio não teria sido bem-sucedida fez com que o legistapensasse que estava com um caso de homicídio em suas mãos.
O quarto do 9º andar, de onde o tiro foi disparado, era ocupado por um casal de idosos. Durante um interrogatório, descobriu-se que, no momento do salto, o dono do apartamento estava ameaçando a esposa com uma arma. Ele estava tão nervoso que, ao puxar o gatilho, errou o alvo, sua esposa, e o projétil saiu pela janela, atingindo Ronaldo.
"Quando alguém tenciona matar a pessoa A, mas mata B durante a tentativa, é culpado pela morte da pessoa B", concluiu o legista.
Quando foram informados dessa acusação, o atirador e sua esposa disseram que ninguém sabia que a arma estava carregada. O homem afirmou que era um antigo hábito dele ameaçar sua esposa com a arma descarregada. Ele não tinha intenção de matá-la. O assassinato de Ronaldo,portanto, parecia um acidente, pois a arma tinha sido carregada acidentalmente.
Com a continuação da investigação, surgiu uma testemunha que viu o filho do casal municiando ("carregando") a arma aproximadamente seis semanas antes do fato. Ela revelou que a velha senhora havia cancelado a mesada mensal do filho e este, sabendo do hábito de seu pai de ameaçar a mãe com a arma descarregada, carregou-a na expectativa de que ele atirasse nela.
Investigações adicionais revelaram que Ronaldo Martins, estava desapontado pelo fracasso desuas tentativas de matar a própria mãe, o que o levou a tentar o suicídio, atirando-se do 20º andar do prédio em que residiam. Na queda, quando passava pela janela do 9º andar, foi alvejado por um tiro disparado pela arma que ele mesmo havia carregado.
O legista recomendou o arquivamento do inquérito como suicídio.
Como resolver o caso em Direito Penal?
Aos estudiosos da ciência penal, fica lançado o desafio para a solução deste caso.
Nota: Fato fictício colhido no site Jus Navigandi (www.jus.com.br/legal/mundus.html). A redação foi alterada pelo autor do blog.
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Integridade e Firmeza

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Vasculhando minhas prateleiras encontrei o livro A arte da prudência do escritor espanhol Baltasar Gracian do qual extrai o seguinte texto para a reflexão daqueles que se arriscaram a acessar o nosso blog "Esteja sempre do  lado da  razão,  e com  tal   firmeza de propósito que nem a paixão comum,  nem a  tirania o desviem dela.  Mas onde está essa  fênix de equidade? Poucos  cultivam a  integridade.  Muitos  a  louvam,  mas poucas  a visitam. Alguns a seguem até que a situação se torne perigosa. Em perigo, os falsos a renegam e os políticos a simulam. Ela não teme contrair a amizade, o poder e mesmo o seu próprio bem, e é nessa hora que é repudiada. Os astutos elaboram sofismas sutis e falam de louváveis motivos superiores ou de razão de Estado.  Mas   o   homem  realmente   leal   considera   a   dissimulação   uma espécie de traição e preza mais firme do que o ser sagaz e se encontra sempre do lado da verdade. Se diverge aos outros, não é devido à sua inconstância, mas porque os outros abandonaram a verdade.
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