Nem tudo é como aparenta ser!

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Vivemos em uma sociedade superprotetora e aversa ao risco, por menor que ele seja. A ordem natural é construir uma rede de proteção ao redor de nosso mundo privado e defender as áreas de conforto arduamente conquistadas. Desta situação advêm duas conseqüências imediatas.
A primeira delas é o estímulo à mediocridade. Ao contrário do que entendemos no senso comum, ser medíocre não significa ser inferior, mas tão somente mediano, modesto e inexpressivo. Fazer apenas o mínimo necessário. Assim são as pessoas medíocres: não se destacam e não chegam a fazer a menor diferença.
Na escola temos o aluno medíocre, desinteressado em aprender, em conhecer, em saber. Apenas marca presença nas aulas e estuda nas vésperas das provas decorando fórmulas matemáticas ou definições de conceitos. Estuda só para passar de ano. Certamente esse vai ser apenas um operário na vida profissional. Vai passar pela vida, sem deixar lembrança, legado ou marca.
Numa relação a dois temos os cônjuges medíocres, incapazes de manter acesa a chama de um relacionamento e ainda mais incapaz para romper o que já acabou. Passam a vida achando que fazer feira, fazer sexo de vez em quando e dizer protocolarmente “eu te amo” são atitudes suficientes. Trocam abraços sem calor para manter a estabilidade familiar.
Temos também os profissionais medíocres que apenas lêem as horas no relógio, batem cartão ou assinam o ponto nos horários determinados. Eles respondem sistematicamente seus e-mails, falam com parcimônia ao telefone e fazem exatamente aquilo que deles se espera. Nem mais, que possa gerar desconfiança em seus pares e superiores, nem menos, que possa comprometer sua posição no local de trabalho. São limitados e sem futuro.
Há mediocridade por todos os lados. Nos pais que não desviam o olhar da novela ou do jornal quando têm a atenção solicitada pelos filhos pequenos, nos amigos que nos procuram apenas quando necessitam de algum favor.
A segunda conseqüência é a presunção da verdade, aquela mania de tirar conclusões, na maioria das vezes obtusas, a partir de informações parciais ou carentes de fidedignidade.
Às vezes por causa do transito você se atrasa para um compromisso, e uma sensação terrível começa a tomar conta de seu pensamento. Você imagina que seu compromisso fracassará em razão de seu atraso. Conclui que será julgado irresponsável. Você fica impaciente. Seus batimentos cardíacos aceleram, você tem vontade de avançar com seu carro sobre os que estão à sua frente. Finalmente, após todo o stress a que se submeteu, você chega ao destino e descobre que ainda há pessoas igualmente atrasadas.
Por essência somos passionais. Por isso, devemos evitar tomar decisões das quais podemos nos arrepender na manhã seguinte. Porém, entre um dia e outro, com uma noite de descanso no meio, o que se mostrou um problema irresoluto surgirá não menor, mas com dimensões reduzidas à sua realidade.
Pense nisso!

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