Ninguém vive sem um caminho. Para
onde quer que formos, de que forma formos, nós precisamos, sempre, de um
caminho. Mudamos o nome, mas precisamos sempre de um caminho para ir a algum
lugar. Pode ser uma estrada, rodovia, rua, avenida, ramal. Enfim, sempre
precisamos de um caminho.
Na vida espiritual não é
diferente: precisamos escolher um caminho. Foi o que expressou Tomé, ao indagar
de Jesus: “...
como podemos saber o caminho?” (Jo 14:5).
Na jornada espiritual, podemos
identificar três caminhos distintos pelos quais cada um de nós pode direcionar
a vida espiritual.
Primeiro Caminho: O Caminho Diferente do Caminho de Deus
No livro de Isaías, capítulo 55,
versículo 8, diz assim: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.”
Geralmente, é o que ocorre. Temos
o nosso caminho bem distante do de Deus. Achamos que somos “donos de nosso
próprio nariz”, e capazes de conduzir nossa própria vida.
Nós sabemos muito bem qual o
caminho que Deus destinou pra nós. Mas nós o ignoramos e seguimos o nosso.
Jonas é um exemplo vivo dessa
realidade. Deus ordenou-lhe que fosse a Nínive. Ele, porém, resolveu seguir o
seu caminho, e foi para Tarsis “para fugir de diante da face do Senhor”. (Jonas 1:3).
O resultado não podia ser outro:
deu errado, desde uma terrível tempestade que se formou e colocou em risco o
barco, até ele ser lançado ao mar e engolido por um grande peixe. Do ventre do
peixe – onde permaneceu três dias e três noites – Jonas orou a Deus:
“Na minha angústia clamei ao Senhor, e Ele me
respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz”.
Reconduzido à terra, vomitado
pelo peixe, Jonas vai seguir, agora, no caminho de Deus.
Essa mesma realidade foi
ilustrada por Jesus na Parábola do Filho Pródigo.
Para representar o caminho diferente
do caminho de Deus, tomamos as linhas
divergentes que, por definição, “quanto mais se
prolongam, mais se afastam”.
Quando nos comparou as ovelhas,
Jesus levou em consideração uma característica curiosa desses animais: são os
únicos que não têm o instinto de retorno e, quando se afastam, não conseguem
retornar ao curral, ao aprisco: afastam-se cada vez mais.
Segundo Caminho: O Caminho Semelhante ao Caminho de Deus
No livro de Provérbios, capítulo
14, versículo 12, Salomão afirma que:
“Há caminho que ao homem parece direito, mas o
fim dele são os caminhos da morte”.
Este é um caminho perigoso,
porque PARECE ser o caminho de Deus, mas não é. Porque é QUASE o caminho de Deus. E QUASE é a mais enganadora e perigosa
das palavras.
Quem quase foi aprovado, está reprovado! Quem quase chegou a tempo de embarcar, ficou no solo! Quem quase escapou de um acidente fatal está
sendo velado!
Andar em um caminho que é quase o
caminho e Deus, significa andar em seu próprio caminho e fingir que é o de
Deus. Era o que faziam os escribas e os fariseus no tempo de Jesus. E o Mestre
os censurou duramente.
No capítulo 23 do Evangelho de
Mateus, por sete vezes ele usa o refrão “escribas
e fariseus hipócritas”, apontando as distorções de seu comportamento:
“dais o dízimo..., e desprezais o mais
importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé.”
Esse estado de “quase”, de “mais
ou menos”, gera uma sensação de acomodação, de mornição, que é severamente
reprovado pelo Espírito Santo conforme está escrito em Apocalipse 3:15-16:
“Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem
quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da
minha boca.”
Este traiçoeiro caminho é
ilustrado pelas linhas paralelas –
aquelas que são semelhantes aos trilhos de uma ferrovia – e, por definição, “por mais que se prolonguem, nunca se
encontram!”
Terceiro Caminho: Caminho Igual ao Caminho de Deus
Poderemos – sendo falhos, frágeis,
limitados – andarmos no caminho de Deus?
Sem dúvida, podemos e devemos.
Desde que dispusermos a entregar nossa vida, a se submeter á vontade de Deus.
É possível desde que reconheça
que somos, todos, obreiros, trabalhadores, ceifeiros de Deus aqui na Terra e
que não estamos aqui em passeio inútil e infrutífero: estamos aqui porque temos
um compromisso com Deus.
Se nos perguntamos: “Que missão Deus tem
para mim?”; “o que vim fazer aqui?”, então, estamos a caminho
de conhecer o caminho que devemos seguir.
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele,
ele tudo fará” assegura o rei Davi, em Salmos 37:5.
Gênesis narra, a partir do
capítulo 12, a epopeia de Abraão, a quem Deus chamou de sua terra e lhe apontou
um caminho novo, que ele aceitou e seguiu, vindo a tornar-se o “pai da fé”.
Vejamos o exemplo de Saulo, o
perseguidor, narrado no livro Atos dos Apóstolos. Saulo era um enérgico e
resoluto perseguidor dos cristãos porque os considerava hereges. A caminho de
Damasco, Paulo é surpreendido por um clarão assustador e se prostra ao solo.
Então uma voz lhe diz:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Assustado, atônito, ele indaga:
“Quem és, Senhor?”, e ouviu como
resposta:
“Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para
ti recalcitrar contra os aguilhões.”
A pergunta seguinte de Saulo vai
alterar totalmente sua vida e seu caminho:
“Senhor, que queres que eu faça?”
É este Saulo renovado,
convertido, que vai – a partir daí – fazer do caminho de Deus o seu caminho. E
vai proferir, bem mais tarde, estas significativas palavras de identificação:
“Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim!”
O caminho igual ao caminho de
Deus é ilustrado pelas linhas
superpostas, isto é, por linhas colocadas uma sobre a outra, de tal forma
que aparecem como uma só.
Para concluir, resta uma
pergunta: qual será o pior caminho?
Para muitos parecerá o primeiro:
o caminho diferente do caminho de Deus.
Mas não é...
O pior, o mais perigoso, é o
segundo caminho semelhante ao
caminho de Deus, porque dá a falsa impressão de que tudo estar justo e
perfeito; tudo em orde; porque acomoda e justifica.
Já o primeiro caminho, ao
contrário, incomoda. E ao incomodar, pode gerar um retorno. É por isso que
quando invertemos a direção das linhas divergentes elas se transformam em LINHAS CONVERGENTES, isto é, “linhas que convergem para um ponto comum,
onde se encontram.”.
Foi o que aconteceu com o Filho Pródigo:
“voltarei para meu pai”, decidiu
ele.
Em Isaías, capítulo 55, versículo
7, está escrito:
“Deixe o ímpio o SEU CAMINHO... e se converta
ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é
em perdoar.”
Qual é o SEU CAMINHO?
É diferente, semelhante ou igual
ao de Deus? Que missão Deus lhe atribuiu? Que dons, que talentos Deus deu para
você os multiplicar em favor do próximo e de você mesmo?
Veja como Paulo introduziu o
notável cântico ao amor em 1 Co 12:31:
“Eu vos mostrarei UM CAMINHO ainda mais
excelente”, e então, passa a descrever o amor, em todo o capítulo
13.
E veja como Jesus respondeu à
indagação de Tomé, em João 14:6:
“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM
VEM AO PAI, SENÃO POR MIM!”
Amém!
Pense Nisso!